quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Segredos e sucesso nos estudos...

Qual é o segredo para estudar e se dar bem? Como tornar o processo de estudo produtivo? Falamos em eficiência (fazer bem) e eficácia (ter resultados) nos processos organizacionais e como garanti-las nos estudos? Estamos sendo eficientes enquanto professores, enquanto estudantes? Estamos sendo eficazes enquanto Universidades? Muitas perguntas, onde estão as respostas?...estariam dentro de nós mesmos? Bastado se esforçar para compreender, se envolver? Entrevista do prof e mestre em inspiração educacional, Pieriluigi Piazzi, lamentavelmente, falecido este ano, nos coloca em xeque ... é preciso mudar a estratégia...todos... 

Entrevista exclusiva com Prof. Pierluigi Piazzi
Fonte: http://www.fieb.edu.br/noticias/20140626_entrevista_exclusiva_prof_pier.asp


Aos 71 anos, o escritor e professor Pieluigi Piazzi – o famoso Prof. Pier – está mais afiado do que nunca. Com certeza é porque ele realmente sabe como explorar seu cérebro e leva isso muito a sério, afinal, como ele mesmo diz – e publica -, inteligência se aprende e se expande. O bom é que ele também ensina como fazer isso.
Nascido na Itália em 1943, Pier chegou ao Brasil com 11 anos e, apesar de viajar o mundo, é nas terras tupiniquins que tem dedicado seu talento nato para ensinar. Baseado nos princípios da neurociência, tem dedicado sua vida a mostrar às pessoas como explorar de forma otimizada essa fantástica ferramenta chamada cérebro.
Pier brinca que, depois que publicou os livros “Aprendendo Inteligência”, “Estimulando Inteligência”, “Ensinando Inteligência” e “Inteligência em Concursos”, não teve mais sossego. Mesmo assim, lamenta que 99% das escolas brasileiras mantenham posturas errôneas que considera verdadeiros crimes, como o sistema de avaliação ainda vigente, por exemplo. Mas ele não desanima e segue dando sua valiosa contribuição a quem pretende expandir a capacidade mental e subir os degraus do conhecimento.
Após ministrar palestra sobre como estudar menos e com mais eficiência (veja aqui), promovida pela Fundação Instituto de Educação de Barueri (Fieb) no dia 25 de junho de 2014, aberta ao público, cedeu uma entrevista exclusiva em que explica sua preocupação com as novas tecnologias, o que considera erros pedagógicos, o tempo ideal de estudo por dia, dentre outros assuntos relacionados à educação.
FIEB: O senhor é contrário às novas tecnologias?
PROF. PIER: Não, afinal, o primeiro software educacional publicado no Brasil foi de minha autoria, na década de 80! Sou contrário, isso sim, ao uso irresponsável das novas tecnologias. Por exemplo, estudos sérios na área de neurociências mostram que escrever A MÃO permite um grau de retenção muitíssimo maior do que digitar. E há irresponsáveis que ignoram isso e propõem a substituição do caderno por tablet! Esses mesmos estudos mostram que ler em uma tela que emite luz produz uma compreensão e retenção de informação três vezes menor do que ler em papel que reflete luz. E os mesmos irresponsáveis propõem a substituição de livros em papel por livros digitais!
FIEB: O que fazer com relação a isso, já que o uso constante da tecnologia está impregnado, especialmente nas novas gerações?
PROF. PIER: A tecnologia está impregnada na sociedade graças à exploração desenfreada do consumismo! Assista qualquer intervalo comercial na TV ou olhe as páginas de publicidade de qualquer revista de grande circulação e tente avaliar o pornográfico faturamento gerado pelo incentivo ao uso dessa tecnologia. Cabe, portanto, à escola o papel de servir como alternativa. As horas passadas na escola deveriam estar isentas (talvez não totalmente mas prevalentemente) da tecnologia para oferecer à criança e ao jovem um período livre do processo de imbecilização que o consumismo está gerando.
FIEB: Cada vez mais as escolas investem em recursos tecnológicos (lousas digitais, tablets para cada aluno, internet etc.). O que o senhor pensa sobre isso?
PROF. PIER: Penso que o sistema escolar é administrado por pessoas extremamente ignorantes! E quando falo "ignorantes" falo no sentido de desconhecedoras da realidade científica que as neurociências estão descobrindo a respeito do funcionamento do cérebro. As faculdades de pedagogia ficam "patinando" com os Piagets e Paulos Freires da vida e não entendem o porquê de não conseguir sair do lugar. Ou seja, é a fração mais ignorante de nossa intelectualidade que está encarregada de gerir o sistema escolar! Esse é o grande paradoxo!
FIEB: O senhor criticou bastante o aluno que estuda apenas para tirar nota. O que pensa, então, sobre as escolas que oferecem recompensas aos alunos com as melhores médias?
PROF. PIER: Na realidade, o pecado não está em recompensar os bons resultados. O grande o problema é COMO esses resultados foram obtidos! O sistema de avaliação adotado pela maioria das escolas brasileiras (em todos os níveis, incluindo a pós-graduação) é que está equivocado. Qualquer escola que permita que um aluno possa obter uma boa nota por que estudou em cima da hora (esquecendo tudo no dia seguinte) é uma escola que está sendo criminosamente incompetente no sistema de avaliação. Estou fazendo centenas de palestras por esse Brasil afora tentando consertar isso e muitas escolas mudaram da água para o vinho apenas por ter alterado seus mecanismos de avaliação. Infelizmente 99% das escolas brasileiras ainda estão "cometendo o crime"!
FIEB: Qual seria o tempo ideal de estudo, conforme o senhor explicou?
PROF. PIER: Sempre estudar de lápis na mão ESCREVENDO. Ler não é estudar, estudar é escrever! Quando o sistema educacional brasileiro ainda funcionava a contento (quando os ignorantes que têm ataques de pedagorréia ainda não estavam impondo suas técnicas idiotas) as crianças tinham duas atividades fantásticas: DITADO e CÓPIA! Como a enzima que produz formação de novos dendritos durante o estudo se esgota em aproximadamente 40 minutos de atividade cerebral intensa (ESCREVENDO), o ideal é nunca estudar mais que meia hora seguida. Nos meus livros proponho o ritmo de blocos de meia hora intercalados por 10 minutos de descanso. Agora, a quantidade de blocos depende do conteúdo das aulas que devem ser estudadas. Como o exagero é muito contraproducente, meu conselho é nunca passar de 5 ou 6 blocos de meia hora por dia.

Um comentário:

  1. Oi, Wendy! Eu adorei esta postagem! Fiquei tão interessada que procurei vídeos das palestras deste Professor no Youtube. Vale a pena assistir!

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